Lisboa das Sete Colinas – 1ª

Venha conhecer as sete colinas da cidade de Lisboa, um passeio por colina. No final de cada passeio terá oportunidade de carimbar o seu mapa (a entregar quando realizar a sua primeira colina). Quando completar as sete colinas terá um prémio surpresa.

“Occupa agora pois esta Cidade em comprimento de Belém té Saõ Bento de Enxobregas, que saõ quasi duas legoas, continuando-se sempre casas e quintas, ficando o meo della, e o a que propriamente chamamos cidade, situada sobre sete montes muy altos, e de muyta distancia entre huns, e outros, e os ocupa a todos, naõ só nos altos deles, mas em todas suas fraldas, e raízes, e valles, como se deixa claramente ver de quem vem do mar, que de terra não há lugar donde se possa ver mais, que quando muyto a terceira parte della.”

Frei Nicolau de Oliveira, “Livro das Grandezas de Lisboa” 1620

Colina de Sant´Ana

A colina mais central de Lisboa é definida pelo leito das ribeiras de Valverde e Arroios, mas foi a muralha fernandina, erguida em finais do século XIV, até meio da encosta, que condicionou a ocupação deste espaço até meados do século XVI. Nessa altura foram criados, no exterior da muralha, dois importantes edifícios para a dinamização desta área da cidade: o Recolhimento de Santa Ana e o Colégio de Santo Antão-o-Novo. A pouco e pouco, outros edifícios de cariz religioso foram aqui edificados.

No século XVII, Catarina de Bragança, viúva de Carlos II de Inglaterra, passa a viver aqui num paço mandado erguer para o efeito e que foi usado mais tarde como residência por alguns dos reis de Portugal. Esta estadia real eleva o estatuto social da colina de Sant’Ana, nomeadamente em redor do terreiro que se vai definindo com a construção de diversos palácios. Ao mesmo tempo é uma zona popular, onde decorrem feiras e mercados e se localizava uma praça de touros.

Entretanto, em consequência do terramoto de 1755 e da expulsão dos jesuítas, o colégio é transformado no Hospital de São José e com o fim das ordens religiosas, a maioria dos conventos são desactivados, passando em grande parte a terem funções médico-hospitalares.