Rio Guadiana Em Caiaque
Fundado a 3 de Junho de 1986, o Náutico de Mértola tem no seu historial a filiação de mais de 800 atletas, a participação e organização de múltiplas competições regionais e nacionais e a conquista de mais de duas centenas e meia de medalhas de ouro, prata e bronze. Bruno Afonso e Henrique Domingos são, atualmente, os seus atletas com maior projeção nacional e internacional.
A nossa base será na Vila de Mértola, esporão rochoso, uma quase península envolvida por dois braços de água a ribeira de Oeiras, e o rio Guadiana que separa Mértola da outra margem, próxima, mas suficiente afastada para ser conhecida como além-rio.
A abundância de água, as excelentes condições de defesa e o fácil acesso ao Guadiana no passado navegável até Mértola, fixaram vários povos destacando-se os Romanos e os Árabes-Islâmicos.
Mértola foi assim um grande porto fluvial, a 70 km do mar, que permitia a ligação do interior continental com a bacia mediterrânica e litoral atlântico e onde se trocavam produtos como ouro, prata, trigo, couro, azeite, mel, sal e pescado.
Iremos navegar pelo rio Guadiana, palavra que resulta da união da palavra árabe Uádi (Rio), com a palavra latina Anas (patos) , Uadi – Anas. O Guadiana nasce a 1700m nas lagoas de Riudera, num alto planalto de Castilla-la-Mancha, tem uma extensão total de 810 km, dos quais 235 km em Portugal. De águas quase sempre calmas, no entanto sujeitas ao vai e vem das marés diárias, daí a importância de sermos guiados por quem sabe.
O rio Guadiana é o rio que alimenta a barragem do Alqueva, a queda de água do pulo do lobo, dos moinhos de submersão. É o rio do moleiro-pescador, da pesca artesanal, do transporte de minérios, do contrabando durante o Estado Novo e que marca a fronteira com Espanha.
Pelo Guadiana remaremos até à aldeia do Pomarão, no passado aqui chegava o cobre, zinco e chumbo vindos das Minas de São Domingos (1857 – 1966), estas foram das mais importantes da Península Ibérica. Para o transporte foi construída uma via férrea particular exclusivamente para o transporte do minério, foi das primeiras a ser construída em Portugal 1858 (a primeira foi em 1856 o troço inaugural da linha do Norte entre Santa Apolónia e Carregado). O cais fluvial do Pomarão ficou pronto entre 1862 e 1867, aqui chegavam os navios vindos de Vila Real de Santo António para transporte do minério. Iremos ver parte ainda dessas estruturas.
Por Alcoutim, ocupada desde a pré-história, passaram Alanos, Visigodos, Bizantinos, Mouros que fortificaram a povoação no século VIII. D. Sancho conquistou-a em 1240, em 1304 D. Dinis entregou-lhe o foral, reergueu as muralhas e o castelo e doou-a à Ordem Militar de São Tiago. Por aqui passou a guerra de sucessão 1371. D. Manuel em 1520 elevou-a a vila. Em 1642 durante a Guerra da Restauração Alcoutim e Sanlucar em Espanha travaram um duelo de artilharia. Em 1833-34 Liberais e Miguelistas disputaram a posse do rio Guadiana. Até ao século XIX mantinha ainda as suas três portas nas muralhas: Guadiana, Mértola e Tavira. Alcoutim e Sanlucar estão voltadas uma para a outra rivalizando na brancura das suas casas. Durante o Estado Novo o contrabando era muito importante nos dois lados do rio: daqui saia o café e açúcar português muito apreciados em Espanha, desta chegava bombazina, calçado, conhaque, miolo de amêndoa e perfumes. Os produtos eram passados a nado de uma margem para a outra dentro de oleados, cada homem transportava 30 a 40 quilos de carga. As autoridades portuguesas tentavam controlar com um posto de guarda fiscal em cada curva do troço do rio.
São estes momentos que iremos reviver num percurso em caiaque ao longo do Guadiana tão rico em história e estórias vividas.
02-09-2022 (Sexta-feira) – Saída de Lisboa Pelas 18 h chegada a Mértola, dormida no Clube Náutico
03-09-2022 (Sábado) – Mértola – Pomarão (19 km – 5h 30m)
Neste percurso entre Mértola e o Pomarão, podemos destacar a passagem pela Foz da Ribeira de Oeiras, a Foz da Ribeira de Carreiras, a Aldeia de Penha D’ Águia e a chegada ao antigo porto mineiro de Pomarão.
Jantar convívio
04-09-2022 (Domingo) – Pomarão – Alcoutim (14 km – 3h 30m)
Em relação ao percurso entre Pomarão e Alcoutim, temos a Foz da Ribeira de Chança, Foz da Ribeira do Vascão e o Puerto de la Laja, que também era um antigo porto mineiro associado à exploração das minas de Cabeza del Pasto e de Herrerías. Além destes pontos será possível ver algumas aves, como a Garça Real e o Martim-Pescador. É provável que avistemos algumas espécies cinegéticas como o coelho bravo e lebre. Veremos também estevas, oliveiras, figueiras, amendoeiras e plantas como poejo, alecrim, figo da índia. Também não faltarão antigos muros de pedra, as casas tradicionais e os moinhos.
Visita Guiada a Mértola (1h 30m)
Ponto de Encontro
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Como Chegar
Duração
Incluído
Alojamento de 2 noites no Clube Náutico de Mértola. Os quartos têm quatro camas (2 beliches), têm roupa de cama, têm toalhas, têm ar condicionado, não têm tv, não têm casa de banho privativa, há wc's masculinos e femininos no corredor dos quartos, no piso inferior há balneários masculinos e femininos para duches e não temos serviço de refeições.
Jantar do dia 3 de Setembro
Monitor
Caiaque 2 lugares
Seguros de acidentes pessoais e responsabilidade civil
Visita guiada à Vila de Mértola
Preço
desde 160 € por pessoa com viatura própria
Quarto de hotel com pequeno almoço (extra 50€)
Observações
Pequeno Almoço
Almoços
Jantar dos dias 2 e 4
Com marcação prévia
Indicar regimes alimentares específicos ou alergias
Levar farnel para os almoços
É favor indicar o seu peso e altura
Possibilidade de realizar o passeio em Privado (grupo fechado)
Para todos os participantes que não utilizem o transporte fornecido pela Lisboa Autêntica, deverão encontrar-se com o grupo no Clube Náutico de Mértola Rua Dr. Serrão Martins 38, 7750-355 Mértola